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Preservando a memória e cultivando as tradições

Karoline Fogaça


   Um povo sem memória é um povo que não preserva sua cultura, por isso que há quase 22 anos o grupo polonês Serce Polski vem cultivando as tradições polonesas em Guarapuava. O grupo que teve seu início em 1990, mas sua primeira apresentação em 1991 leva esse nome que significa “Coração Polonês”, pois, há tempos a cidade de Guarapuava era conhecida como cidade coração.     
   Guarapuava foi colonizada por brancos europeus que vieram para o Paraná no final do século 19. Houve uma grande imigração de italianos, ucranianos e poloneses.            
   O grupo começou porque famílias de descendentes poloneses queriam recuperar e preservar a cultura dos imigrantes que vieram pra cá. No início do século 20 nossa cidade já teve uma sociedade polonesa chamada Associação Polonesa de Guarapuava que posteriormente se tornou Clube Cruzeiro, mas chegou ao fim.           
   A preservação da memória é muito importante para que a tradição não se perca, então a partir da “Noite da Arte Folclórica” promovida pela Unicentro quando ainda era FAFIG, e pela influência mundial, a queda do muro de Berlim e fim da União Soviética, na década de 1990, fez com que o grupo polonês fosse criado na cidade na mesma época em que outros grupos étnicos surgiram com esse mesmo propósito de conservação.        
   Alguns trajes são considerados como os principais dentro da cultura, e neles podemos observar a beleza e a riqueza dos detalhes. O primeiro traje é da nobreza, com pedras, pena e tecidos finos. 

   O segundo é um traje mais usual, do cotidiano dos camponeses poloneses.



   O terceiro é nacional e um dos trajes mais importantes. O traje masculino representa a cavalaria polonesa da época medieval, em que a capital era Krakóvia, hoje a capital é Varsóvia. Ele possui um cinto com metais pendurados para que na dança, o homem faça um paço característico representando o galope do cavalo, assim o cinto representará o som dos cavaleiros da época.



   O quarto traje também é de camponeses. Ele possui variações estilísticas, em algumas regiões se usa uma bolsa de couro para guardar seus instrumentos de trabalho e em outras uma machadinha, que caracteriza os afazeres do cotidiano, indicando que quem usava era o homem do campo.    



   O grupo que já viajou para se apresentar no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e pelo Paraná, é dividido entre descendentes e simpatizantes da cultura. Qualquer um pode participar, os ensaios são todos os sábados, a partir das 16 horas, na escola Julieta Anciutti.



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