Pular para o conteúdo principal

E se tudo fosse cinza?


Muitos espaços públicos que se mantém cinza podem ser contemplados pelos traços e cores do graffiti

Diferente da pichação que ainda é criminalizada e baseia-se em frases de protestos e assinaturas para demarcação de território entre grupos, o graffiti foi descriminalizado e ganhou ainda mais reconhecimento, pois isso nunca o faltou.  O que antes era crime, hoje é considerado uma relevante manifestação artística.

Arte: Gustavo Louro
Em Guarapuava é fácil encontrar essas intervenções urbanas, e alguns artistas possuem como objetivo expressar na arte o próprio sentimento, fazendo com que a população reflita sobre o que está sendo representado.

“Procuro sempre fazer algo “alegre”, uso muitas cores, tentando fazer com que as pessoas consigam fugir da sua rotina, nem que seja por alguns minutos do seu dia”. Conta o artista, Gustavo Louro Brezinski.

Todas as letras e figuras utilizadas nas pinturas são pensadas, desenhadas e coloridas cuidadosamente, para que representem aquilo que o artista quer mostrar. “Estou sempre buscando melhorar, desenhando todos os dias, fazendo vários esboços, sempre buscando evoluir. Posso dizer que sou dependente da arte hoje, quando fico um final de semana sem pintar, parece que os dias não foram completos.” Diz Brezinski.

Arte da Flávia Soares
Nem sempre é fácil de encontrar lugares para fazer os desenhos,  mas a Flávia Soares, artista gurapuavana faz parte do coletivo Ação Colorida  e disse que eles não se inibem em pedir muros para colorirem. “Pintamos juntos quase sempre, todos os integrantes da Ação Colorida, às vezes a gente pede muros que achamos interessante e algumas vezes as pessoas e instituições oferecem. Quanto mais trabalho se faz, maior é o reconhecimento, tendo assim  mais trabalho para fazer sempre".

Flávia ainda contou que o apoio da prefeitura  é pequeno, mas que eles nunca se desanimaram. “Em fevereiro realizamos o 1º encontro de graffiti com o apoio de algumas instituições privadas. Convidamos vários amigos talentosos para colorir o muro do colégio Newton e foi uma vivência muito gratificante”. Relembra a artista.



E aí, curtiu? Tem um muro cinza pedindo por arte colorida? Se sim é só dar um alô para o Gorpa e entramos em contato com os artistas. 

Texto: Amanda Bastos Maciel

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO DA OBRA "VÁRIAS HISTÓRIAS", DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu preconceito, e  perdeu a mãe na infância, sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em 1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas , Quincas Borba , O Alienista , Helena , Dom Casmurro e Memorial de Aires . Faleceu em 29 de setembro de 1908. Contexto Histórico Várias histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da literatura, bem c

Pintores Paranaenses

A partir do século XIX, a pintura passou a se desenvolver no Paraná, incentivada por pintores como o imigrante norueguês Alfredo Andersen, e Guido Viaro, o segundo vindo da Itália. Ambos dedicaram-se ao ensino das artes visuais, além de pintarem suas obras inspiradas principalmente nas paisagens e temas do cotidiano paranaense. Responsáveis também pela formação de novas gerações de artistas no estado, como o exemplo de Lange Morretes, Gustavo Kopp e Theodoro de Bona, todos nascidos no Paraná. Alfredo Andersen, apesar de norueguês, viveu muitos anos em Curitiba e Paranaguá, e ainda hoje é tipo como o pai da pintura paranaense. Foi ele o primeiro artista plástico atuar profissionalmente e a incentivar o ensino das artes puras no estado. Ele se envolveu de forma muito intensa com a sociedade paranaense da época em que viveu, registrando sua história e cultura. Rogério Dias, outro grande exemplo, sempre foi autodidata, sua trajetória artística tem sido uma soma de anos de paciente

Falando "guarapuavês"

Como boa nortista do Paraná, não pude deixar de reparar nas expressões guarapuavanas, que até então eu não ouvia na minha região. No começo, eu estranhava o jeito que o pessoal fala por aqui, e até hoje rio de algumas palavras que eles usam para se expressar. O curioso é observar como nós absorvemos com facilidade outras culturas quando passamos algum tempo inseridos nelas. Estou em Guarapuava há quase dois anos, e a única coisa que falta para eu me inserir de vez na cultura daqui é pronunciar as palavras com terminação “e” e “o” da mesma forma como nós a escrevemos (leitE, gentE, quandO). Eu escolhi algumas expressões (e seus significados) que, a meu ver, são os mais usados nas conversas guarapuavanas. Abaixo seguem essas expressões, e alguns exemplos de como o pessoal as usa entre uma frase e outra. Se você, como eu, não é de Guarapuava, com certeza já reparou que o pessoal fala assim o tempo todo. Se ainda não conhece Guarapuava mas pretende vir pra cá um dia, é interessan