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Cartaz do filme




Essa é uma das frases ditas por A Anciã em seu primeiro diálogo com o Doutor Stephen Strange, um médico bem-sucedido que só pensa em si mesmo. Quando ele sofre um acidente de carro e tem suas mãos debilitadas, sua carreira de neurocirurgião termina, mas sem aceitar o ocorrido o Doutor busca a cura em um local chamado Kamar-Taj, que inicia pessoas em magia.
Isso mesmo, agora a Marvel tem um “bruxão” nas telonas, mas acredito que os fãs de Doutor Estranho não vão gostar dessa nomenclatura que usei para o herói deles. Antes de mais nada, Strange é um Doutor e não um bruxo. O universo do filme é mais místico do que mágico, entende? O herói lida com um poder místico.
O Doutor Estranho faz parte da fase três da Marvel Studios, que começou com Capitão América: Guerra Civil. Sua introdução aumenta ainda mais o universo cinematográfico da Marvel do que já foi expandido com Guardiões da Galáxia, sendo a continuação deste último o próximo filme da terceira fase: Guardiões da Galáxia Vol. 2.
A Marvel caprichou mais uma vez com efeitos visuais de ponta em um filme 3D que “abre a sua mente”. No entanto, achei que faltou um aviso para pessoas com labirintite por conta das imagens psicodélicas meio Matrix e A origem. Eu não tenho labirintite, mas confesso que na cena da primeira luta na realidade espelhada meu cérebro demorou um pouquinho para ajustar o que eu estava vendo. Tudo superado, a realidade espelhada é linda de se ver. Os magos abrem essa realidade para lutar sem interferir o ambiente físico.

Moral da história

Eu sempre busco enxergar os ensinamentos e as lições de vida que estão na história dos filmes, tanto que defendo mesmo aqueles considerados da indústria cultural/cultura de massa porque deixando o lucro de lado é possível identificar uma moral da história também nesses filmes. E quer exemplo melhor do que a moral dos heróis? Particularmente, o filme Doutor Estranho nos faz refletir em todas as vezes em que somos egoístas, que pensamos em nós mesmos e ignoramos a sociedade e as ações para um bem maior do que o nosso próprio bem. Com o filme também podemos pensar no que realmente sabemos e damos como verdade absoluta, muitas vezes ignorando novas interpretações e outros pontos de vista. É importante que sejamos humildes em aprender e interpretar princípios contrários aos nossos.
Outro ponto que podemos retirar do filme e que vem aparecendo em histórias de outros títulos não só nos cinemas como em séries e livros também, é que o verdadeiro vilão é o tempo. A citar exemplos, o Tempo é um personagem importante em Alice Através do Espelho e também a base da série 12 monkeys. O Doutor Estranho consegue manipular o tempo no filme, mas o que sempre aparece também nessas histórias é que o tempo dá e tira, que o fim é essência para nos fazer viver e que a eternidade tem suas consequências.

Spoilers

Sobre boatos de uma possível aparição da entidade cósmica Tribunal Vivo no filme, ela não aparece, apenas o Cajado do Tribunal Vivo é mostrado mesmo.
O filme não faz nenhuma ligação direta e explícita com outros filmes da Marvel, apenas na cena pós-créditos que aparece o Doutor Estranho conversando com o Thor e dizendo que irá ajudá-lo a encontrar o pai dele.
Em outra cena pós-crédito (aquela última mesmo), vemos uma brecha para a sequência confirmada do filme, mostrando o colega Mordo de Kamar-Taj como vilão.

Texto por Marcelo Junior.

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